Três elos, seis meses de trabalho e um design incrível
23 de novembro de 2009

A pulseira de elos da Coleção Galilei é uma daquelas peças que a gente pega na mão e fica intrigado. Abre, fecha, estuda o funcionamento, vira de um lado, vira do outro. É ao mesmo tempo de uma simplicidade incrível – três grandes elos interligados – e de uma complexidade que só mesmo muito talento, técnica e paciência são capazes de produzir.

Pulseira Galilei de elos de ouro amarelo cópia

Tive o privilégio de ver essa peça nascer e posso dizer que o parto não foi nada fácil. Primeiro veio a ideia, no papel, através do desenho de um designer. Mas, você sabe, papel aceita tudo e aquilo parecia moleza de executar. A verdade é que três elos iguais não fecham no pulso e era preciso estudar um jeito de retorcê-los, de forma que ficassem arredondados. Aí entrou em cena um time de artesãos, responsáveis por fazer o sonho acontecer.

Eles criaram, primeiro, três elos de cobre maciço. Assim, podiam martelar à vontade até que ficassem retorcidos. Levou muito tempo até chegar no formato ideal, horas e horas de marteladas, num incansável monta e desmonta. Os estudos levaram a uma pulseira mais estreita na altura do punho e mais larga no braço.

Ela é também fácil de manusear: quando aberta, os três elos ficam na horizontal, como uma corrente. Mas é só colocá-la no braço para que tome de novo o formato de pulseira. Isso, claro, graças a mais estudos. As primeiras versões de cobre pareciam um quebra-cabeça, com elos virando e desvirando de forma confusa, num quebra-cabeças impraticável. Some aí algumas semanas de estudos até solucionar o problema.

Também um fecho especial teve que ser desenvolvido. Ele tem uma mola embutida, o que permite abrir e fechar com facilidade. Por último, a esfera facetada – por determinação dos designers, ela tinha que sair da pulseira para ficar a critério do cliente usá-la ou não. Então, era preciso bolar um jeito de fazer com que a esfera entrasse e saísse dos elos, outro desafio.

Versão em cobre finalizada foi a vez de partir para o ouro – oco, evidentemente, pois elos maciços seriam muito pesados e desconfortáveis. São poucos os ourives que sabem trabalhar com tubos de ouro, pois qualquer passo em falso e o tubo amassa, comprometendo todo o trabalho. Na pulseira Galilei, precisamos de 1 metro de tubo de ouro que, retorcido, transforma-se nos três elos. Na verdade, o trio usa 77 centímetros de tubo – o restante se perde na hora da montagem, quando se faz cortes aqui, ajustes ali. Dá pra imaginar?

Bem, pra fazer a primeira pulseira foram precisos 6 meses de desenvolvimento. É… Um bom design dá trabalho, mas vale a pena!      >>>Roberta Rossetto

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